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O que aprendi em um período Sabático

  • Foto do escritor: Admin
    Admin
  • 22 de jan. de 2018
  • 3 min de leitura

Atualizado: 23 de jan. de 2018

O jornalista Daniel Agrela, autor do livro ‘O Guia do Viajante do Caminho de Santiago – Uma Vida em 30 dias’ viveu alguns dias peregrinando entre as paisagens de Compostela. No caminho, ele compreendeu questões pessoais que desafiam a fé, as crenças e a confiança em superar os próprios limites



Quem nunca se sentiu exausto, confuso ou desanimado e pensou em deixar tudo para traz e tirar um período pra sí mesmo? Pois é, para uns uma loucura e para outros a salvação. Muitas vezes quando falamos em período sabático pensa-se em 6 meses, um ano de vivência em outra cidade, outro país. Porém, o Caminho de Santiago é possível fazer em até 30 dias.

Famoso pelo contexto histórico e roteiro desafiador, “O Caminho” é um dos trajetos mais procurados por peregrinos do mundo inteiro.

Considerada sagrada pelos cristãos, a estrada mágica que tem início na pequena cidade de Saint Jean Pied Port, na França, e termina em Santiago de Compostela, na Espanha (considerada a terceira cidade mais sagrada, depois de Jerusalém e Roma), deixou de ser um roteiro percorrido apenas por religiosos e passou a fazer parte do destino de pessoas que, independente de sexo, casta ou status social percebem que as diferenças da vida cotidiana deixam de existir; no Caminho tornam-se iguais. Mas o que há de misterioso nessa rota milenar que atrai tanto a sociedade contemporânea?

Segundo Daniel Agrela, que já realizou o percurso duas vezes, é incrível a transformação pessoal que acontece durante os 800 quilômetros caminhados. “Há um antes e depois do Caminho. Mas isso depende de cada pessoa. Para mim, tive muitos aprendizados. Passei a ouvir melhor, a saber diferenciar um problema de uma situação e entendi que todas as respostas que eu precise buscar sempre estarão comigo”, conta o peregrino.


Para realizar a rota é necessário ter um mínimo de preparo físico. “Caminhar meia hora por dia, não ser fumante, e estar com a saúde em dia são requisitos desejáveis. Mas não é preciso ser atleta. Eu mesmo nunca fiz esporte e consegui realizar tranquilamente. Digo que completar o Caminho de Santiago depende muito do desejo, da vontade de viver essa experiência. É uma viagem em que a mente fala mais que o corpo”, sugere Daniel.

Com relação à preparação intelectual, é necessário se informar. Em que é época ir, o que levar na mochila, quanto peso carregar, quais as etapas mais complicadas, enfim, ter informação é importante. “Mas é preciso se deixar surpreender. E o mais importante disso tudo é ter a consciência que essa experiência, de percorrer o Caminho de Santiago, é única. É divisor de águas. Quanto mais consciência o peregrino tiver disso, mais ele poderá aproveitar a viagem”, completa o autor.

O Caminho de Santiago é uma boa maneira para quem deseja a experiência de um sabático, mas não quer deixar tudo para traz. Quem realiza o percurso deve ter em mente que ele não é uma viagem. É um projeto de vida. E para isso é preciso estar convencido de fazê-lo e estar aberto a todo aprendizado originado a partir dessa experiência.

É possível fazer o Caminho de 30 dias com cerca de 1500 euros (não inclui a passagem aérea). Com esse orçamento, o viajante poderá dormir nos albergues municipais, se alimentar, etc. O viajante pode ir sozinho ou, se for desejo real do casal, ir em dois. Em grupo é mais difícil.

A comunicação com o Brasil é fácil. Muitos albergues têm computador com internet, alguns têm wi-fi, inclusive. O recomendado é que a pessoa se desconecte do trabalho e use o mínimo possível o celular.


Daniel Agrela é criador da maior comunidade sobre a rota no Facebook, com mais de 53 mil pessoas:www.facebook.com/OCaminhodeSantiago

 
 
 

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